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Benedito Vasconcelos Mendes é engenheiro agrônomo, nascido
em Sobral, em 31 de agosto de 1945, filho de funcionário do Banco do Brasil, e de
uma dona de casa. Ainda na adolescência, perdeu o pai.
Neto de agropecuaristas, Benedito Vasconcelos
passava suas férias na fazenda dos avós e, criança ainda, já gostava de animais,
de plantas e da vida no campo. Tudo isso fez parte da sua infância, então, era
natural que fosse estudar agronomia na capital, Fortaleza, pois em Sobral não havia segundo grau.
Em Fortaleza, lecionava enquanto estudava e, contra a vontade da
mãe, graduou-se na Universidade Federal do Ceará. Depois fez mestrado em
Viçosa, Minas Gerais; e Doutorado, na USP, em São Paulo.
Benedito Vasconcelos tem sua vida profissional
totalmente em Mossoró, que adotou como sua. Aqui, foi professor na antiga ESAM
– Escola Superior de Agronomia de Mossoró - hoje UFERSA – Universidade Federal
Rural do Semiárido - onde chegou a ser diretor geral e ocupou diversos cargos
na administração pública, em nível estadual e federal.
Benedito Vasconcelos Mendes é um entusiasta
estudioso em semiárido, logo se destacou como professor, como pesquisador e
como autor, já publicou centenas de livros e trabalhos científicos. Escreve
sobre o Nordeste, sobre o sertão, a vida do sertanejo, os animais de nossa
fauna, o clima semiárido, enfim, tudo sobre o desenvolvimento regional, e atualmente
é a maior autoridade viva sobre semiárido em nível mundial.
Dentre suas obras, destaco o livro Benedito Vasconcelos
Mendes – Um Projeto, Vários Desafios, organizado por Susana Goretti e
Taniamá Vieira da Silva Barreto. Este livro é um documentário sobre sua vida,
com a participação de alguns dos seus inúmeros amigos, escritores e
pesquisadores, que deram testemunhos de experiências vivenciadas com o doutor
Benedito Vasconcelos Mendes.
Na primeira orelha do livro, o reitor da UFERSA, doutor José
de Arimatea de Matos escreve que doutor Benedito Vasconcelos Mendes é uma
pessoa a serviço da ciência e do sertão nordestino.
No primeiro capítulo, diz: “Seu envolvimento com a vida nordestina ultrapassa
as divisas do cotidiano físico do sertão. Benedito deixa a sua marca de
pesquisador em todos os espaços, ou seja, nas universidades onde atuou e atua,
sendo reconhecido por muitos como um dos maiores pesquisadores do semiárido
nordestino”.
Alguns livros de destaque: As Artes na Civilização da Seca
Cozinha Sertaneja
Arte e Cultura do Sertão
Reflexões Sobre o Nordeste
Plantas e Animais para o Nordeste
Benedito Vasconcelos Mendes é membro de diversas
academias e instituições históricas e geográficas, como por exemplo: Academia
Norteriograndense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do
Norte, Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, Instituto Histórico
e Geográfico Paraibano, Academia de Ciências Jurídicas e Sociais – ACJUS –
Academia Mossoroense de Letras, Academia Cearense de Ciências, Academia
Cearense de Letras e Artes do Rio de Janeiro, Academia Sobralense de Estudos e
Letras, Instituto Cultural do Oeste Potiguar, sócio-honorário da AFLAM –
Academia Feminina de Letras e Artes de Mossoró e vamos ficar por aqui, porque o
homem é um fenômeno, em se tratando de títulos e homenagens, não somente
acadêmicos, todos dignos de seus méritos.
Benedito Vasconcelos tem quatro filhos do primeiro
casamento com a doutora Maria José. Em segundas núpcias, é casado com a
pesquisadora, historiadora e escritora, Susana Goretti Lima Leite.
Com Susana Goretti, Benedito Vasconcelos Mendes conseguiu
realizar um antigo sonho, a criação do Museu do Sertão. Fazia mais de
trinta anos que viajava pelos sertões
nordestinos e juntava peças do antigo setor de produção rural, como por
exemplo, equipamentos e máquinas, utensílios, implementos agrícolas, apetrechos
de trabalho e até mobiliário típicos da vida do sertanejo e do homem do campo.
Doutor Benedito reuniu tudo na sua Fazenda Rancho Verde, na
estrada da Lagoinha, aqui em Mossoró. No Museu do Sertão o casal
Benedito e Susana, promove passeios escolares, com alunos da rede pública e
particular de ensino, reúnem autoridades, artistas, escritores, profissionais
da cultura, artesãos locais, que se apresentam, expõem seus produtos e livros,
enfim, sua arte.
Uma vez por ano, sempre no final de agosto, mês de seu aniversário, doutor
Benedito e Susana abrem o Museu do Sertão para receber amigos e convidados
especiais, gente de todo o Nordeste, ocasião em que celebram a vida com uma
missa, há palestras sobre o Nordeste, claro, promovem a Feira do Livro de
Mossoró, na qual autores expõem e autografam suas obras.
Em 2007, quando gravamos o programa Mossoró de Todos os
Tempos com o doutor Benedito, lá no Museu do Sertão, ele disse que duas
coisas lhe davam prazer e que tinha dois olhos: um para estudar, pesquisar e
escrever; e o outro para fazer o Museu do Sertão.
Agora vou contar minha primeira experiência com doutor
Benedito Vasconcelos Mendes. Morei muito tempo em São Paulo e, só tomei
conhecimento dele no meu retorno. Passei a frequentar as livrarias da cidade,
resolvi fazer uma pesquisa entre os clientes. Passei a perguntar qual a
biografia que comprariam para os filhos. Em primeiro lugar deu Vingt-un Rosado;
em segundo, o jornalista, Dorian Jorge Freire; e em terceiro, o historiador e
escritor, Raimundo Soares de Brito, o Raibrito. Quando levei a pesquisa para
Vingt-un e, crente que me concederia o prazer de biografá-lo para crianças, ele
falou o seguinte: “Menina, vá biografar Benedito, ele, sim, tem muita história
para contar e merece uma biografia”. Eu perguntava quem é Benedito e ele
insistindo para que eu procurasse e biografasse doutor Benedito, que ele tinha
uma história mais interessante do que a dele, Vingt-un. Veja só, ouvinte, quem
é Vingt-un? O Rosado mais eternizado na memória do norteriograndense e que
daqui a cem anos, sua obra e seus feitos na cultura potiguar estará sendo
estudada e comentada. Ele foi o homem que editou mais de quatro mil títulos,
isso mesmo, mereceu reportagens na imprensa nacional e, tão simples, dizendo-me
que doutor Benedito Vasconcelos Mendes, nosso enfocado de hoje, era muito mais
importante do que ele. Bom, ficamos por aqui com esse Sala de Leitura com
doutor Benedito Vasconcelos Mendes.
Quero mandar um alô para o ouvinte Joaquim Bezerra de Andrade, em São Luiz, no
Maranhão. Para os atores, Tony Silva e Expedito Duarte, em Mossoró e Antonio
Ysmael, no Rio de Janeiro.
Esse quadro Sala de Leitura recebe o apoio dos jovens
pesquisadores e escritores, Edilson Guimarães Segundo, Marcos Antônio de
Oliveira e Lindomarcos Faustino.
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