sexta-feira, 25 de setembro de 2020

ANIVERSÁRIO DA AMOL

 

 


 


CONVITE

 

A Academia Mossoroense de Letras – AMOL tem a honra de convidar Vossa Senhoria e Excelentíssima Família para participarem da Assembleia Remota em Ambiente Virtual, através do aplicativo google meet, da Sessão Solene dos 32 Anos de sua fundação, oportunidade em que estará homenageando a imortal D'Alva Stella Nogueira Freire (1ª ocupante da Cadeira 15), o Imortal Paulo de Medeiros Gastão (1º ocupante da Cadeira 16), os centenários dos imortais: Antônio Pinto de Medeiros, Raimundo Soares de Brito, Raimundo Soares de Souza e Jerônimo Vingt-un Rosado Maia. Na ocasião será lançada a 3ª edição da revista “AMOL EM FOCO” alusiva ao aniversário de 32 anos da Academia.

Data: 26 de setembro de 2020

Hora: 19 horas

Local: Virtual

Elder Heronildes da Silva

Presidente da AMOL

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

PETRONILO HEMÉTÉRIO VISITA PALÁCIO CULTURAL

 



Por José Wellington Barreto*


     Hoje foi um dia especial para a ACJUS – Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró - quando recebemos em nossa futura sede administrativa e social – Palácio Cultural Milton Marques de Medeiros,  a visita do acadêmico Petronilo Hemetério Filho, insigne  intelectual titular da cadeira 17 da ACJUS, cujo patrono é o seu conterrâneo e saudoso amigo Francisco Clementino filho que foi, sem sombras de dúvidas,  um patuense ilustre e destacado causídico da seara advocatícia, política e social, não só de Patu, mas também do Rio Grande do Norte, parte da Paraíba e e de outros estados do Nordeste brasileiro, bem como foi um escritor e poeta de fina sensibilidade. 

      Petronilo Hemetério Filho é um patuense que orgulha a geografia humana, social, política e cultural do Rio Grande do Norte, sendo indubitavelmente, um cidadão de caráter que construiu uma longa trajetória de vida elogiável, de forma ética e que, recentemente, completou oitenta e cinco anos de idade, posto que nascera em 25 de agosto de 1935. 
      Importante que se registre que Petronilo também é mossoroense por adoção, conforme decreto da Câmara Municipal de Mossoró.
      Graduado em História, o acadêmico Petronilo Hemetério Filho tem um currículo imensurável com notórios e relevantes serviços prestados a educação, cultura e a vida social da sua cidade, inclusive,
tendo ocupado diversos cargos de destaque, além de ser membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, sendo o seu representante para a região do Alto Oeste Potiguar. 
       O nobre confrade é o instituidor e curador do Museu Rural de Patu, além de ser o idealizador e um dos fundadores da APLA – Academia Patuense de Letras e Artes, ocupando ad aeternum a titularidade da cadeira 01 dessa importante Arcádia.  
       O nosso confrade Petronilo Hemetério Filho, foi vereador em Patu, de 1966 a 1971, num tempo em que vereadores não eram remunerados, verdadeiramente trabalhavam, tinham credibilidade e amor à causa do povo. 
        Na sua atividade literária já publicou dezenas de plaquetas, artigos e livros, e em reconhecimento a sua efetiva participação e colaboração para  fundação da ACJUS, bem como pelo conjunto da sua obra intelectual, será homenageado no próximo dia 5 de novembro de 2020, às 19 horas, com a mais alta honraria outorgada pela ACJUS, que é a medalha Ruy Barbosa. 


*Pela diretoria da ACJUS.






segunda-feira, 21 de setembro de 2020

ADIADA A FEIRA DO LIVRO DE MOSSORÓ



/Por Rilder Medeiros*

        É, com tristeza, mas também com esperança, que comunicamos o adiamento da 16ª Feira  do Livro de Mossoró para 2021. Depois de realizar quinze edições ininterruptas do evento e enfrentando diferentes desafios ao longo desses anos, sentimo-nos com a obrigação - diante da pandemia de Covid-19 - de suspender a realização da feira que aconteceria já no próximo mês.

      Nesses dezesseis anos, a Feira do Livro de Mossoró mudou de lugar, mudou de formato, mudaram os expositores, a gente mudou, mas ela continua sendo o maior evento literário do Rio Grande do Norte e uma referência para a literatura produzida no Nordeste.
      Não será com números que iremos dimensionar o impacto da Feira do Livro de Mossoró na vida das pessoas e na cultura do nosso estado. O maior impacto da Feira é sentido com a 
valorização da nossa literatura e dos nossos talentos. Não é à toa que nos enchemos de satisfação ao ver os poetas mirins seguindo os passos do nosso poeta maior Antônio Francisco, recitando e declamando poesias pelos quatro cantos do Rio Grande do Norte e para o mundo. Também não foi por acaso que as escolas potiguares, públicas e privadas, passaram a reconhecer e a adotar os livros de autores norte-rio-grandenses na s suas bibliografias.
      A Feira do Livro, que nasceu na mesma terra de Vingt-un Rosado, o maior editor de livros do Rio Grande do Norte e um dos maiores do mundo, estará sempre viva na memória das milhares de crianças e 
adultos que passaram pelos seus corredores frenéticos,  encantaram-se com o mundo mágico dos livros e estão escrevendo sua própria história de vida.
      Estamos esperançosos que, desse caos que atravessamos em 2020, surja um 2021 diferente e renovado. 


*Idealizador e coordenador da Feira do Livro de Mossoró.


                                                    Rilder Medeiros e Lúcia Rocha

domingo, 20 de setembro de 2020

PRECE E POESIA


                                                         Foto de Flávio Rezende


Por Ana Medeiros


Senhor, hoje eu queria primeiro agradecer, pela vida e o saber, o sangue que corre nas veias.
Obrigada também pela ceia e a rosa que colhi no jardim.
Peço, Senhor, nunca se afaste de mim.
Permita-me caminhar ao Teu lado, mesmo permanecendo calado.
Dai-me Tua proteção, nunca me deixe perder a razão.
Cubra-me de bênçãos e luz.
Fica comigo, Jesus. Afasta de mim todo mal.
Que eu ame até o mais frágil animal.
Cura-me as feridas da alma.
Transforma a violência em calma, a lágrima em sorriso.
O abandono em abrigo.
Peço, Senhor, cuida de mim.
Não deixe faltar na minha vida gratidão, compaixão e guarida.
Encha de paz meu universo.
Proteja pai, mãe, filhos e netos.
Que não me falte a alegria e o dom de  colorir o meu dia, transformar verso em música e a prece em poesia.

       

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

REVISTA PRESENÇA

 


A CAMPESINA TANIAMÁ

 

                                                                   Capa


Por Lúcia Rocha
luciaro@uol.com.br


           A Doutora Taniamá Vieira da Silva Barreto é uma martinense arretada, autora de diversos livros, lança em plena pandemia, em evento digital seu Mergulho nas Elucubrações Poéticas de uma Campesina, um título tão lindo e poético, de alguém do interior, alguém que tem tempo de ler mais do que uma criança da cidade grande ou capital, ainda mais se tratando da cidade onde se respira o melhor ar do estado do Rio Grande do Norte e, por que não dizer, do mundo?

      Escritora e pesquisadora, a professora-Doutora Taniamá é autora de diversos livros de poesias, crônicas de técnico-científicos. É sócia-fundadora das seguintes academias: membro e presidente da AFLAM - Academia Feminina de Letras e Artes de Mossoró, ALAM - membro e presidente da Academia de Letras e Arte de Martins, membro da ACJUS - Academia de Ciências Jurídicas e Sociais. Também é sócia da ALAMP - Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares; e da ASCRIM - Associação dos Escritores Mossoroenses.
       Na contra-capa do livro eis um aviso: "Este livro contém poemas reflexivos sobre o pensamento, amor, felicidade, fé, esperança, natureza; e avança numa forma adaptável e flexível de fazer poesia em forma de arte textual, pois anseio desenvolver minhas habilidades de bem me comunicar as ideias, de esmerar meus pensamentos, para refinar minha criatividade e ser mais colaborativa no ir e vir da reflexão em forma de poemas".
       A Doutora Taniamá Barreto é graduada em Enfermagem, com diversas especializações e doutorado, também é doutora nas letras, em poesia e também é doutora em atuar na logística de algumas academia literárias, com funções de diretora de eventos, por exemplo. 

     

                                     Taniamá Barreto entre os imortais Josafá, Élder e Filemon

  

domingo, 13 de setembro de 2020

UM GOLPE DO DESTINO

 



Por Yáscara Samara
yascarasamara@hotmail.com


Eu vou contar uma história 

De um assunto misterioso 

Em um sete de Setembro 

Que dia mais assombroso

Uma criança adoece

E vive momento doloroso.


Vou falar em poesia

Que a poetisa explora

No passado tem vestígio 

Ao lembrar a gente chora

Fato de quem escreve

A sua própria mau hora.


De onde o vento lhe inspira

Me levando a escrever 

O que houve no passado

Ninguém podia prever

Nem uma mente poética 

Poderia descrever;


Nesse sete de Setembro

Trinta e cinco anos faz

Que uma doença esquisita

Levou minha vida pra trás 

Sem explicação nenhuma

Tudo mudou num zastrás;


Eu só tinha sete anos

As irmãs saiam para o desfile ver

Queria também muito ir 

Não tinha pra onde correr

Insisti tanto pra ir com elas

Inocente no que ia ocorrer ;


Segui-se a caminhada

Não tinha um carro se qué

Para nos levar até o centro

Continuamos caminho a pé 

Mas logo no percorrido

Sofri com muita dor no pé ;


As irmãs achando estranho

Eu nunca sentia nada 

Vivia andar nos muros

E na corrida ninguém pegava

Pulava fazia artes

Só me chamavam de danada;


Fui e vim desse desfile

A dor não parava não 

Cheguei em casa mancando

Desde desse dia foi  aflição 

Minha mãe muito preocupou-se

O que fazer nessa situação !?


Foi o maior golpe do mundo

Que tive na minha vida

Foi com sete anos

Pois perdi minha infância querida

Atacada por uma doença 

Triste, forte e dolorida;


Artrite Reumátoide

Ninguém tinha ouvido falar

Depois de muito sofrer

Uma médica Véio diagnosticar

Leve ela a fortaleza

Se não só vai piorar;


Mas meu pai sem poder 

Só levou para o médico da região 

Ninguém sabia o que era

Só dava Bezotacil injeção

Doia mais que o mundo

Corpo, alma e coração;


Essa doença é agressiva

Começou a me deformar

Mãos, braços, pernas e quadril

Quase fico sem andar

Muitos anos sem remédio certo

Começou a piorar;


Não podia mais no campo correr

Pois era igual um calibur

A vida ficou muito cinza

Não existia mais o azul

A vida era só  médicos 

Por tempo a vida perdeu o norte e o sul;


Nas instâncias do tempo

A adolescência floresceu

Me tornei deficiênte 

Tudo era nítido ao olho seu

Corpo pequeno sem padrão 

A doença não favoreceu;


Outro maior golpe do mundo

Que tive na minha vida

Foi que com quinze anos 

Perdi a juventude querida

Rapazes não me olhavam

Abriu-se uma grande ferida;


O tempo é implacável 

Aprendi com a dor viver

Continuei os estudos

A vida tem que  prevalecer

Terminei o fundamental

Eu só tinha a vencer!


A vida continuou

Vivia entre o prazer e a dor 

Terminei o segundo grau

Tinha amigos e amor

Porém mas uma vez a doença 

Ela mostrou terror ;


Precisei ir a Fortaleza 

Minha irmã me levou

Com ajuda do seu marido

Um médico novo mostrou

Era preciso operar o quadril

Melhorar o que prostou;


Todo o corpo era rígido 

Os rapazes me chamava de robô

Tive que operar logo

Para melhorar a dor

Ter qualidade de vida

Tudo era inovador;


tinha feito só  dezoito anos

Na vida adulta adentrei

Mas era igual a uma criança 

Mas nunca pro povo demostrei

Tentava ser feliz

A vida sempre valorizei;


Consegui fazer o procedimento

Seis horas na sala de operação 

Era muito para um corpo pequeno

Quase não tornava pro mundo não 

Mais meu Deus é grande

Ainda tinha muita lição;


A recuperação foi difícil 

Mas deu tudo certo

Voltei pra casa depois de dias

Meu destino era incerto

O quarto cheio de amigos

Dia pleno em céu aberto; 


O maior golpe do mundo

Não podia me deixar golpear

Me recuperei desta

Sabia que outras ia passar

Conheci meninas igual a mim

A vida começou pra frente andar;


Finalmente chegou em Mossoró 

Um especialista na dor reumática

Já estava deficiente  

Nunca fui de ser drástica  

A vida ensinou ser forte

Sem precisão de fazer plástica;


Depois disso a doença estacionou

conheci um rapaz cheio de amor 

Que me mostrou o que era ele 

Não precisava de clamor;


Nos enlaces que o destino quer

Apesar dos prognóstico do doutor 

Quando falou duro e seco

Não poderás Gerar um fruto de amor;


 Vivi então intensamente 

Procurei disso não lembrar

Não levar isso pra minha vida 

Só queria estudar e amar  

Entre prazeres e dores

Consegui me edificar ;


Aos vinte e sete anos de vida

A poesia em mim aconteceu

Uma natureza de fêmea mãe 

Uma sementinha em mim cresceu

Pegou todos de surpresa

Foi Deus que  favoreceu;


Nasceu Pedro em fevereiro

Foi muito saudável a gestação 

Não sentia dor  nenhuma

Foram nove meses de libestação

Dos hormônios liberados

Causava essa moderação;

 

Esse foi o milagre da vida

Contrariou o que mundo dizia

Não pode isso , não pode aquilo !

Credo ! Cruz ! José e Maria

Ninguém decretou nada

O destino que me alumia;


A vida seguiu demais contente

Criei meu filho, virei filósofa

Dançarina cordelista

Minha luta não é  galhofa

Me tornei escritora

Faço retrato sem mofa;


Eu ainda não quero parar nunca 

Estou tentando tudo melhorar 

Estudando a psicanálise 

Para aos outros ajudar

E um auto conhecimento 

É bom pra cabeça estudar ;


Esse cordel é um pouco de mim

Relembrei a minha história

Ainda luto pela vida

A dores não sai da memória 

Cada dia me supero

A cada nascer da aurora;


Ainda convivo com as dores

Que de sentir as vezes se chora

As artes faz elas suspender

Por um breve  passar de hora

Nesse tempo eu produzo

Não quero deixar penhora;


Ilustro maravilhas belas

O que desejar eu faço 

Minha mão mesmo assim

Desenhar tudo ao sem embaraço

Viver entre o prazer e a dor 

É o meu melhor traço.



quarta-feira, 9 de setembro de 2020

ACJUS PARABENIZA ELDER HERONILDES


                                                                Élder Heronildes



Por José Wellington Barreto*


      Parabéns, nobre presidente, Elder Heronildes da Silva.
     Querido amigo e ilustre presidente Elder Heronildes da Silva, hoje o dia amanheceu sorrindo. Os pássaros acordaram mais cedo e entoam cantos numa sinfonia de felicidades. As plantas exalam mais perfume e o vento sopra mais suave. 
       Estamos felizes.
       Nessa data, você completa mais um ano de existência entre nós. A alegria é completa porque você é a bússola que conduz as nossas vidas. Com você ao nosso lado, sem dúvidas, somos uma legião de guerreiros romanos vencendo as batalhas invencíveis. 
       Ao completar mais um ano de vida, você tem muito a agradecer, porque só os bons são amados por todos, como você o é.  
       A gratidão, não é só sua, é nossa também.
       Somos regozijados da sua amizade e da sua liderança. Liderar é um ato de amor. Esse amor você compartilha com todos os seus liderados, promovendo horizontes de paz e de felicidades.
       Que nesse dia nove de setembro de 2020 e durante toda a sua existência, apenas reine a alegria, o amor e a saúde.
       Que você continue sendo o que é e se mantenha sempre fiel aos seus ditames que fazem de você um homem exemplar em todos os sentidos e caminhos, seja como esposo, pai, avô, amigo e líder de todos nós. 
       Hoje e sempre, você merece todos os nossos aplausos e abraços de congratulações e solidariedade.
       Vivas a você!
       Que Deus, Jesus Cristo e Nossa Senhora, continuem iluminando eternamente a sua vida e a vida da sua maravilhosa família. 
       Queremos também lhes agradecer, por tudo o que tens feito por nós e para que a nossa amizade e as nossas lutas sejam cada vez mais exitosas socialmente, mais justa e mais humana. 
       ACJUS e todos nós lhes desejamos um feliz aniversário e que esta data se repita por muitos e muitos anos.
       Parabéns, guerreiro da luz humana e cultural.


                   ACJUS
               

      A Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró – ACJUS – em parceria com outras congêneres, principalmente a AMOL, ALAM, APLA, AMARP, ASCRIM, MAÇONARIA, LIONS, ROTARY, além de outras instituições culturais e sociais de Mossoró e do Rio Grande do Norte, prestará significativa homenagem ao seu presidente de honra, intelectual Elder Heronildes da Silva, pela passagem do seu aniversário que acontece hoje. 
    A ACJUS comandará uma delegação de amigos do aniversariante indo até a residência do mesmo e lá essas lideranças lhes entregará algumas lembranças e proferirão  poucas palavras de congratulações, tudo muito simples e pensado em face das medidas preventivas de saúde.
      Elder Heronildes da Silva é merecedor de todas as honras e aplausos.


*José Wellington Barreto – representando o corpo acadêmico da ACJUS – que irmanado lhe reverencia.
Academia de Ciências Jurídicas e Sociais.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

CENTENÁRIO DE VINGT-UN PARTE 1

 

Vingt-un, em 1937 


Por Lúcia Rocha
luciaro@uol.com.br

        Jerônimo Vingt-un Rosado Maia era o filho 

caçula do farmacêutico, Jerônimo Rosado e Isaura 

Rosado Maia. Nasceu em 25 de setembro de 1920, portanto, estamos comemorando o centenário de seu nascimento.
      Vingt-un ficou órfão do pai ainda criança, aos dez anos de idade e foi criado pela mãe e irmãos, que já atuavam nas empresas do pai, uma farmácia e uma empresa de extração de gesso.      
      Vingt-un Rosado estudou no Colégio Diocesano Santa Luzia e desde cedo, mostrava ser um garoto inteligente, que gostava de leitura, inclusive, aos catorze anos conheceu alguém que o influenciaria para sempre, o historiador, Luís da Câmara Cascudo, que veio palestrar para os estudantes do Diocesano e encantou em especial, nosso Vingt-un, que naquela palestra foi picado pelo mosquito da cultura.
     Quando tinha dezessete anos de idade, em 1937, Vingt-un recebeu correspondência de Câmara Cascudo, com uma missão, a de escrever o primeiro livro sobre a história de Mossoró. Disse Cascudo na carta: “Lembre-se que Mossoró ainda não tem história e que você está na obrigação moral de ser o primeiro mossoroense que levantará do olvido as tradições de sua grande terra”, ou seja, que levantará do esquecimento.
     E assim, Vingt-un passou a pesquisar edições antigas dos jornais de Mossoró e lançou em 1940, aos vinte anos de idade, o livro com o título Mossoró, custeado por sua mãe.
    Veja a responsabilidade que Câmara Cascudo colocou na mente de um garoto, adolescente, com dezessete anos de idade, ser o primeiro historiador da sua cidade. Era apenas um jovem. E o que um garoto faz com dezessete anos de idade? Pois foi assim que nasceu o primeiro livro sobre Mossoró.
      E o mais interessante de tudo, tempos depois, já adulto, com uma carreira consolidada, Vingt-un cria a coleção mossoroense e sai à caça de novos escritores, ele mesmo desempenhando o papel de editor, sugerindo temas de livros para pessoas que acreditava que podiam escrever livros e até viver da profissão de escritor. Vingt-un foi um grande motivador de uma geração de talentos e lançou essas pessoas no mercado de livros.
     Interessante é que Vingt-un era ávido para lançar livros, mas nunca reeditou seu livro Mossoró. Deu oportunidade a Deus e o mundo, lançou escritores não somente de Mossoró, mas de estados vizinhos como Ceará e Paraíba. Mas, somente após sua passagem desta para outra vida, a Coleção Mossoroense publicou uma segunda edição do livro Mossoró, lançado por Vingt-un Rosado, aos vinte anos de idade, em 1940. 
    Ainda na adolescência, Vingt-un afastou-se de Mossoró, tendo passado uma temporada de estudos preparatórios para o vestibular em Recife, capital pernambucana, não tendo conseguido aprovação em três vestibulares, de onde partiu para o vestibular de engenharia agrônoma, na Escola Superior de Lavras, em Minas Gerais, onde foi aprovado. 
    Em Minas Gerais, Vingt-un conhece aquela que viria a ser esposa, companheira, parceira e mãe dos seus cinco filhos: Maria Lúcia, Dix-sept Sobrinho, Lúcia Helena, a Telena; Isaura Ester e Leila. Dois deles são médicos e conhecidos na cidade, como doutor Dix-sept e doutora Leila.
     Mesmo vindo de uma família política e que até hoje ocupa cargos relevantes na cidade e no estado, sua maior contribuição para a cultura e literatura potiguar, foi a criação da Coleção Mossoroense, que já publicou mais de quatro mil títulos, escritos por autores de Mossoró e região. A Coleção Mossoroense está ligada à Fundação Vingt-un Rosado.
    Vingt-un foi um intelectual a serviço de Mossoró que entrou para a história do Rio Grande do Norte e jamais será esquecido por seus feitos também na área acadêmica, pois a antiga ESAM – Escola Superior de Agronomia de Mossoró - hoje UFERSA, Universidade Federal Rural do Semi Árido – nasceu de um seu ideal, desde quando era estudante na ESAL, em Lavras. Com os irmãos mais velhos já ocupando cargos relevantes na vida pública, especialmente Dix-huit e Vingt, nosso Vingt-un pôde assistir a construção da ESAM, em 1967.
     Vingt-un não somente idealizou a ESAM, como acompanhou toda sua construção e ajudou a carregar material em carro de mão, tão grande era sua vontade de ver ser erguido a estrutura física daquela faculdade que, há cinco décadas tem servido de banco acadêmico para uma geração de estudantes órfãos de ensino superior de qualidade numa região castigada pela estiagem.
    Vingt-un exerceu a função de professor e diretor da ESAM, à época em que oferecia apenas dois cursos, agronomia e topografia, atraindo para a cidade, jovens de estados vizinhos.
    Depois de aposentado das funções de servidor público, Vingt-un passou a se dedicar exclusivamente à Coleção Mossoroense. Tinha sede de livros, passou a ser intitulado um soldado na batalha da cultura mossoroense. Mas isso, já fazia há muito tempo, a partir da eleição do irmão, Dix-sept Rosado, em 1947, para a prefeitura de Mossoró, estimulando o crescimento cultural com a criação de espaços mantenedores da cultura, como biblioteca e o museu, o que aconteceu logo que o irmão prefeito tomou posse em 1948.
     Desde jovem, Vingt-un era preocupado com a cultura da cidade, parecia que estava planejando desde já, a função de guardião da cultura mossoroenses, pois se esforçou e colaborou com a preservação histórica e literária da cidade, hoje, a gente observa esses dois equipamentos, o Museu Histórico Lauro da Escóssia e a Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte e, podemos dizer que são frutos do ideal de um jovem sonhador aos vinte e sete anos de idade. 
   Agora, pergunto ao ouvinte: qual a sua idade? O que você fez ou está fazendo para deixar como legado na sua cidade?
    Se não fez nada, ainda está em tempo. Colabore com os autores locais, adquira livros que contam a história da cidade e de seus personagens. Dessa forma, já estará colaborando para a preservação da nossa memória.  
    Vingt-un Rosado rebatizou a cidade com o título O País de Mossoró.