domingo, 27 de dezembro de 2020

BENDITAS AMORAS


 

Por Vanda Maria Jacinto
Escritora, autora do livro Rabiscando os caminhos da prosa
E-mail: v.m.j@hotmail.com

 

       Juntando e ponteando os retalhos das lembranças, veio-me à mente o dono de uma mercearia, onde o meu pai comprava fiado, em caderneta. Isso, no início da década de sessenta. 
   Salvador era o seu nome. Um 

italiano alegre e alvacento,com as

maçãs do rosto rosadas, o que

lhe conferia um ar de bondoso – e,

na verdade, era. Sempre simpático,

recebia a todos com cortesia.

   Adorava esse passeio diário! As compras da manhã sempre foram da minha responsabilidade: os pães – sovado, filão – e o leite, em garrafas de vidro, às vezes um tablete de margarina Claybon ou Primor – dependendo do tamanho da conta, até a data vigente...
    A mercearia ficava distante da minha casa uns três quilômetros, mais ou menos, o que, para mim, no frescor dos nove anos, não era nada.
     Percorria a distância sem sentir, ainda ia saltitando, pinoteando – como minha mãe dizia – o que justificava os joelhos arranhados.
     Do caminho, conhecia cada palmo: a horta da avó da minha amiga Júlia, os belos jardins de algumas casas e cada flor ou cada fruto, alheios.
     Quase sempre de bom humor, cantarolava o tempo todo e tinha uma mania – que, aliás, tenho até hoje – de balbuciar cantigas, relacionadas ao que observo ou penso. É algo automático. Penso que seja coisa de quem tem um parafuso a menos. 
      Assim, lá ia eu pelo caminho, apreciando tudo. Quando passava junto a cerca de uma das casas, onde um pé de alecrim crescia exageradamente, cantarolava: “Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo, sem ser semeado”. Ou, então, palmilhando o calçamento: “Se essa rua, se essa rua, fosse minha…”.
     E, assim, seguia o meu caminho, até aparecer outra coisa interessante. Pense como o meu olhar captava tudo num ângulo de quase 360 graus.
     Numa das casas, havia uma amoreira que era a minha paixão. Sempre gostei de frutas vermelhas. No mês de setembro, época da frutificação, a calçada ficava repleta – haja vista o pé está próximo ao muro. Eu me esbaldava. Sem dúvida, essa era a minha mais demorada parada no trajeto até a mercearia.
     O interessante é que tudo acontecia comigo. Sempre havia um caso para contar ao chegar em casa. Um dia, esquecia de trazer algo extra que minha mãe pedira – alguma mistura para o almoço.     
     Noutros, assustava-me com cachorros bravos, deixando escorregar e quebrar, sem querer, o litro de leite; aconteceu mais de uma vez, pois mal conseguia segurar, em minha pequena mão, o gargalo grosso do litro. Naquele tempo não havia as sacolas de plástico de hoje; por vezes, os pães iam ao chão também. Contudo, esse deslize era mais fácil de esconder do olhar perspicaz de minha mãe.
     Mas, a mais intrigante história que vivi foi, na verdade, apavorante: naquele tempo, a maior parte dos fogões era a carvão, portanto, na madrugada, o carvoeiro já passava com sua carroça, entregando os sacos de carvão. Um português, já dos seus sessenta anos, Senhor João, era o carvoeiro que entregava lá em casa – um homem de rosto encardido. Tinha uma égua negra, linda. Mas, temperamental. Vez por outra, ela desembestava rua acima, e só se ouviam os gritos do português, xingando até a quinta geração da pobrezinha. Quando terminava as entregas, ele deixava a égua pastando, próxima do caminho que eu fazia todos os dias. 
     Entretanto, raramente a égua estava por perto. Nem preciso dizer que morria de medo dela, né? 
     Certa manhã, lá ia eu, pulando e cantando, a caminho da mercearia e, juro, não sei o que me entreteve, mas, quando vi, estava de cara com a égua. Soltei tamanho grito que assustou a danada, que saiu em disparada atrás de mim.
      Nunca corri tanto em minha vida! Não via ninguém na rua para me socorrer. Desesperada, fui para a calçada, na esperança de encontrar algum portão aberto e, acredite, depois de quase morrer sem fôlego, entrei na casa da amoreira. Lá, tinha certeza de que abriria o portão – inúmeras vezes o abri para pegar amoras. Entrei, fechei-o com tanta força, que a dona da casa saiu em meu socorro. Passado o susto, trouxe um copo com água, que bebi quase num só gole.
     A égua resfolegava contra o portão, ainda agitada. Eu, toda encolhida, mal respirava. O coração parecia que ia sair pela boca.
     Agradeci à senhorinha que me acolheu, esperei a égua tomar um novo rumo e, embora assustada, tive que continuar a jornada até a mercearia. Mais do que nunca, o meu olhar garimpava o entorno, com medo de que a égua voltasse.
     Sin
ceramente, se já gostava de amoras, daquele dia em diante elas passaram a ter um novo gosto para mim. Além da doçura costumeira, tinham, agora, sabor de segurança, de proteção. Se, em meus devaneios pelo caminho, nunca tivesse parado ali para apreciar aqueles pequeninos frutos, não teria me valido de tão precioso abrigo. Benditas amoras!

     Como é bom, voltar no tempo e

reviver cada instante mágico, só

meu, mas que me fazem feliz até

hoje.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

NÃO VOU SER SILÊNCIO

 


Arte da capa de Nora Aires


Por Lúcia Rocha

                

              Não Vou Ser Silêncio - Socorro da Volta: Presente! será lançado na próxima segunda, dia 28, às 16 horas, na loja da TCM, no Partage Shopping, ao lado da loja Renner.  
         Danielson Santos da Silveira vem a ser o primeiro neto de José Batista dos Santos e o primeiro sobrinho de Maria do Socorro Rodrigues Santos. Além do parentesco, em comum, a paixão pela Comunidade da Volta.
           E Danielson Silveira, decidiu eternizar a trajetória do avô, figura por demais conhecida em Mossoró e região do Vale do Açu, Zé da Volta; e da tia, popularmente conhecida por Socorro da Volta, assistente social e figura humana que fez a diferença no INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social, em nível nacional.
           Danielson é graduado em Engenharia Têxtil, pela UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – tem diversas especializações, é produtor cultural e Não Vou Ser Silêncio é seu segundo livro. Nele, conta a participação da avó, Chiquinha, uma mulher forte, que lecionou na zona rural, Barrinha dos Duarte, foi parceira de Zé da Volta em seus empreendimentos; além das cinco tias, filhas do casal Zé da Volta-Chiquinha, a quem dedica o capítulo Senhoras Soberanas.
           Não Vou Ser Silêncio é prefaciado pelo advogado, professor, escritor e editor, David de Medeiros Leite, que faz uma ligeira comparação com o best seller, Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, ressaltando que: “Além das figuras centrais que são Zé da Volta e Socorro da Volta, outras personagens e histórias surgirão entrelaçadas, numa tessitura de encher os olhos e corações”.
           Danielson foi feliz na introdução do livro justificando a homenagem: “Foi-se o tempo em que as memórias de família ficavam restritas apenas a álbuns de fotografia. A ideia de desenvolver este livro é de preservar a história através de uma pesquisa histórica. Isso é uma tendência mundial que vem sendo cada vez mais utilizada aqui no Brasil. A preservação das histórias de famílias para as futuras gerações tem criado um novo nicho no mercado literário. Diante da nova realidade, o livro vem a atender a essa necessidade”.
           Não Vou Ser Silêncio sai pela Editora Sarau das Letras e conta com depoimentos e testemunhos de familiares e amigos da Família da Volta; uma autobiografia de Zé da Volta, escrita do próprio punho, mesmo ele sendo uma pessoa semi-analfabeta, mas que através do seu relato, demonstra o quanto era inteligente, sábio e que não veio ao mundo a passeio.
           Socorro Rodrigues era alguém preparada para sua vocação, na área da assistência social, pois, nascida na Comunidade da Volta, zona rural de Assú, a 40 quilômetros de Mossoró, Socorro venceu adversidades desde cedo, primeiro para sair de casa na infância para morar de favor em casa de parentes até chegar a uma graduação, submeteu-se a concursos, especializou-se e participou ativamente da regulamentação de algumas categorias profissionais, tendo se aposentado com louvor e merecimento.
           Infelizmente, foi chamada pelo Pai, cedo demais, deixando saudades, especialmente, ao sobrinho, Danielson Silveira, que assume o amor, carinho e gratidão e para isso se empenhou em passar as lições que aprendeu com o avô e as tias.              
                  
        

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

REFAZENDO CAMINHOS

 



Por Vanda Maria Jacinto*
E-mail: v.m.j@hotmail.com


       O dia amanhecera nublado, com previsão de chuva fina durante toda manhã. Em outros tempos, esse seria um bom motivo para mudarmos os planos, arquitetados na noite anterior.
         No entanto, com ou sem chuva, iríamos sim, até Pedreira - cidade próxima de onde estávamos - que, como o próprio nome sugeria, era um local de vasto comércio de pedras ornamentais, aliás, muito apreciado por você, mãe.
       Refazer, vez em quando, os passeios que fazíamos juntas era necessário para aplacar a saudade que aportava no peito, sempre que voltamos por aqui. E, mesmo conscientes de que o que vai na memória já teve o seu tempo, no tempo que foi, estamos sempre revolvendo o passado, resgatando cada palavra, cada sorriso ou cada gesto seu.
        Nosso querido irmão sempre nos proporciona esses bons momentos! E lá fomos.
        Mal pegamos a estrada, e a chuva reiniciara, talvez conspirando a favor dos nossos desejos, pois, numa velocidade menor, teríamos a chance de observar melhor a paisagem que resplandecia em vários tons de verde, contrastando com o céu acinzentado.
       Assim foi o percurso de ida. Naturalmente entre uma paisagem e outra, íamos linkando o agora aos momentos vividos com você. Às vezes, os olhos marejavam de saudade, pois ainda doía sua ausência em nossas vidas. 
       Lógico que, envolvidos pelas lembranças e no embalo de belas canções, chegamos ao destino, mais rápido do que imaginávamos.
       Paramos para o almoço que, diga-se de passagem, estava delicioso, porém a ansiedade em alcançar o destino era maior. “Barriga cheia, pé na areia”, como você sempre dizia… E, lá estávamos, novamente na estrada. Dessa vez, sem interrupção.
        Chegamos!
        Aparentemente tudo igual, até mesmo o olhar extasiado dos clientes diante da variedade de artesanato que se renova em cada ano.
        A chuva não dava trégua, caía copiosamente. No entanto, a cada instante, os visitantes iam aumentando, dificultando o livre acesso entre as lojas. 
        O colorido das pedras semipreciosas hipnotizava a todos, não apenas os que ali estavam pela primeira vez, mas a mim, principalmente, que, esquecendo os atropelos monetários vigentes, queria levar tudo o que via. Uma verdadeira loucura. O entra e sai das pessoas nas lojas era constante. 
         No vai e vem de guarda-chuvas e o burburinho característico das lojas, parecia ouvir os seus comentários admirados.
       Enquanto finalizava as compras, percebi, nos fundos da loja, um espaço aberto, com vista para um rio que descia caudaloso, devido às fortes chuvas na região, local onde outrora tiramos fotos juntas. Tinha que registrar aquele momento.
        Esquecida do tempo, distraí-me e só voltei do devaneio com a zoada de crianças brincando. Percebi que os meninos não estavam por perto e saí à procura deles, encontrando-os já na saída da loja.
        A chuvarada forte nos impedia de continuar o passeio.
        D
ecidimos voltar, até porque já havíamos gasto um bocado. 
        Novamente na estrada... Só mudamos o repertório musical, mas as conversas sempre voltadas para você, mãe querida, cuja lembrança será eterna. Muito mais de que as cintilantes pedrinhas, trazidas no porta-malas, nossos corações brilhavam também por sentir sua presença junto a nós – sempre.

*Escritora, autora do livro Rabiscando os caminhos da prosa


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

NAS ENTRELINHAS DA VIDA

 




A Editora Sarau das Letras está lançando livro da professora universitária Iêda Chaves Freiras, natural de Portalegre, Rio Grande do Norte. A professora Iêda Chaves já ocupou o cargo de Secretária de Educação de Mossoró. 

Por Ângela Rodrigues Gurgel


      Com a autoridade de quem escreve sobre as coisas conhecidas, ela transforma o cotidiano em relatos e reflexões sobre a vida. Seu livro acolhe com precisão as coisas do tempo que em alguns textos se confundem com as coisas da própria vida, matéria e razão da escrita.
      Suas crônicas recolhem, das paredes da memória, as experiências, os afetos, as lembranças e vicissitudes e transforma na amálgama que constrói o texto, criando uma espécie de laboratório onde experienciamos nosso próprio viver.
      A beleza de sua crônica consiste na capacidade de 'capturar o miúdo' e nos revelar o essencial naquilo que seria desimportante diante de um olhar desatento.
      Sua perspicaz sensibilidade consegue, de forma despretensiosa e poética, captar e transformar um fato comum em um 'acontecimento' interessante. 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

ACJUS DE SEDE PRÓPRIA

 

                                      Repórter Zeza Fernandes fazendo a cobertura para a TCM


            Mossoró recebeu no dia 5 de novembro, a sede da ACJUS - Academia de Ciências Jurídicas e 
Sociais - num imóvel recém-construído e que recebeu o título de Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros, em homenagem ao humanista, médico, escritor e empresário Milton Marques de Medeiros, já falecido. 
      A sede da ACJUS está localizada na Rua Cleodon Almeida, no Abolição II, sob a presidência do advogado e acadêmico, Wellington Barreto, que encabeçou a construção da sede, que sem sombra de dúvidas, deixa sua marca na história da cultura e literatura potiguar, em plena pandemia, um alto investimento num projeto que trará retorno imaterial.    
      Na noite do evento, falou a acadêmica, Zilene Medeiros, viúva do homenageado, que relembrou a história da ACJUS.
      Houve homenagens de reconhecimento a alguns acadêmicos e profissionais da cidade.     
       


Familiares do homenageado, Milton Marques de Medeiros,  com a acadêmica, Conceição Maciel. 



Zilene Medeiros

                                              Galeria de foto dos imortais da ACJUS




 A professora Delmira e Zilene com o professor e escritor Josafá Inácio da Costa


 A ACJUS bem representada pelas acadêmicas Welma, Franci Dantas, Conceição Maciel e Zilene Medeiros.

                                                                Sede da ACJUS



REFLEXOS DO MEU AVESSO

 


Por Vanda Maria Jacinto

Escritora, autora do livro Rabiscando os caminhos da prosa
E-mail: v.m.j@hotmail.com

 

Enquanto organizava o quarto, colocando em ordem os objetos espalhados no dia anterior, passei rapidamente em frente ao espelho, porém com tempo suficiente para dar uma olhadinha e observar que ainda estava vestida com a roupa que uso para a caminhada diária.

E, como espelho é espelho – algo magnetizante –, não me contive e voltei para dar mais uma espiadinha. Dessa vez, olhei-me demoradamente. Conferi o meu visual só para constatar que estava cada vez mais difícil perder peso. Já sabia! A balança me mantém informada diariamente. Mas sou perseverante, vou continuar a caminhar, mesmo não gostando desse exercício. Eu preciso!

Ajeitei ligeiramente as madeixas já grisalhas, e ia desviando o olhar, na intenção de voltar as atividades, quando, magicamente, o meu reflexo me fez ficar. Descobri que o meu 'arsenal de cosméticos anti-idade' não anda surtindo o efeito desejado. Só para ter absoluta certeza do meu 'descobrimento', aproximei um pouco mais do espelho, até o meu rosto quase colar na sua superfície lisa, refletiva e fria. Não gostei do que vi, principalmente porque as marcas vincadas pareciam verdadeiras crateras. Simplesmente assustadoras.

Diante daquilo que representava a real imagem ficou impossível não me lembrar da rainha – bruxa, na estorinha da Branca de Neve – “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?”

Logicamente, que não me atrevi a repetir tal pergunta, de repente podia ouvir algo desagradável e ficar ainda pior. Mas, como sou brasileira e não desisto nunca, dei umas boas gargalhadas, e isso resolveu, temporariamente, o meu problema! Acho.

Entre um afazer e outro, vez por outra, me pegava frente ao meu 'amigo espelho', descobrindo novas marcas do tempo.

Embora tenha sacudido a cabeça, na intenção de espanar para longe as preocupações inerentes ao meu atual estado estético, ainda assim me encontrava indignada. Em consequência disso, fiquei olhando para o meu reflexo no espelho, mesmo que, com a imagem invertida, pensando se a sua função – a do espelho – seria apenas essa mesmo, ou seja, alertar as pessoas vaidosas que o tempo não perde tempo!

Às vezes, quero crer que sim, pois o uso de espelhos pelas mulheres, remonta aproximadamente ao ano de 6000 a.C., sem contar que o uso dos espelhos d’água para refletir imagens é mais antigo ainda, pois desde que o mundo é mundo se sabe do seu uso.

Dizem ainda que os primeiros espelhos eram de cobre, e foram fabricados na Mesopotâmia. A China passou a fabricá-los com bronze; e, só no ano de 77 d.C., passaram a ser confeccionados com vidro e uma lâmina de ouro em um dos seus lados. Com certeza, nessa época o objetivo era atender apenas a vaidade humana. Posteriormente, o ouro foi substituído por outras substâncias, dentre elas o alumínio e a prata, barateando assim o seu custo.

Antigamente, os móveis, de um modo em geral, exibiam um exagero impressionante de espelhos no seu layout. Eram comuns em guarda-roupas, penteadeiras, cristaleiras, porta-chapéus, etc.

Minhas lembranças me reportam ao período da infância, quando, nos dias de chuva, minha mãe corria de um lado para outro cobrindo aquela infinidade de espelhos, pois dizia que atraiam raios.

Bem, se o espelho, em algum tempo, foi apenas mais um acessório da toalete feminina, não sei; mas, hoje, com certeza, se faz uso deles em inúmeras situações.

Na arquitetura, os espelhos são utilizados para valorizar ambientes, bem como ampliar espaços pequenos. Na arte milenar, da decoração e harmonização de ambientes – Feng Shui –, os espelhos se fazem presentes de forma especial; em alguns dos ramos da Física também presenciamos o uso de espelhos; enfim, não pretendo me estender nesse particular.

O que posso afirmar, com certeza, é que o espelho sempre teve um que de especial na minha vida. Fosse por causa dos medos dos raios, ou quando ainda meninota fazendo caras e bocas e rindo de mim mesma ou, depois, quando jovem, me embelezando para a vida. Ou, como hoje, para conferir minhas medidas e, agora, também as rugas.

Mas é para refletir o meu avesso, que mais gosto dele, ou seja, quando procuro nele o meu EU verdadeiro, não apenas a imagem exterior refletida, mas o que sou em essência!

Nada é mais verdadeiro do que a própria imagem refletida no espelho, literalmente.

Quando estiver diante de um, procure ver além do seu reflexo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

LIVROS NA LOJA TCM

 




A TCM - TV Cabo Mossoró - em parceria com autores locais, dispõe à venda, livros regionais, em sua loja no Partage Shopping. A loja da TCM fica ao lado das lojas Renner. No momento, a loja dispõe dos seguintes livros: Dé Jà Vu Antologia, de Milton Marques de Medeiros;  diversos livros do professor Benedito Vasconcelos Mendes, a biografia de Vingt-un Rosado, de autoria do  historiador Geraldo Maia, Tibau de Todos os Tempos e biografia do Trio Mossoró, de Lúcia Rocha, Ciranda da Rosa, biografia de Rosalba Ciarlini, de Eduardo Colin; Sinal Fechado, de Manuela Souza; Perdão, de Francisco Rodrigues da Costa. Cada exemplar tem preço de R$ 50,00 com exceção da biografia de Rosalba que é R$ 20,00.  


  








segunda-feira, 16 de novembro de 2020

INTERMITENTES

 



Vanda Maria Jacinto

Escritora, autora do livro Rabiscando os caminhos da prosa
E-mail: v.m.j@hotmail.com

 

       Dia desses, numa prosa boa com uma garota – atendente de uma barraca da praia – fiquei curiosa com os seus relatos juvenis. Entre uma conversa e outra, ela tocou no assunto de amizades e, com pesar, relacionou os poucos amigos que tivera até então, nos seus dezessete anos de vida. Contou que, enquanto pequena, os pais viviam se mudando de casa e de bairro, o que dificultava manter amizades. Depois, veio a separação deles, e sua criação passou a ser responsabilidade de uma tia. Cedo começou a trabalhar, e os amigos foram se perdendo ao longo da vida.
         Uma menina! Mas já se prepara, segundo ela, para o casamento – embora o sonho de continuar os estudos e de se formar em Psicologia continuem em foco também.
       Na volta do passeio, vi-me pensando nessa conversa e percebi o quanto nossa vida é intermitente. Por mais que se procure dar uma continuidade aos acontecimentos, ainda assim, muitas vezes, as rupturas acontecem. São intrigantes e, ao mesmo tempo, podem ser imperceptíveis aos olhos comuns.
       Ainda nesse raciocínio, lembrei que também passei por situações parecidas: as mudanças frequentes de habitação – pelo mesmo motivo dela – geravam uma bagunça danada na minha cabeça. Como se não bastasse – ou, quem sabe, habituei-me ao processo – depois de casada também resolvi fazer uma mudança radical na minha vida. Deixei minha cidade natal, meus familiares, e vim morar aqui no Nordeste. Mas essa história já contei. 
       Voltando às intermitências da vida, ou melhor, da minha vida. 
       Num passeio pela história, liguei fatos aos meus passos. Por volta do ano de 1910, as áreas desocupadas da Região Sul, o desenvolvimento nas plantações de café no interior de São Paulo e os próprios incentivos governamentais à imigração estimularam a vinda, em massa, dos europeus para o Brasil, em busca de  condições melhores de vida, aventuraram-se numa nova empreitada.
        Como resquício desse processo, nessa leva, estavam os meus avós paternos, Dolores e Antônio, espanhóis, e minha avó materna, Maria, portuguesa. 
        Do pouco que sei deles, minha avó Dolores aportou lá pelo sul do país. Só depois veio para o interior de São Paulo. 
        Meu avô Antônio já estava lá pelo interior paulista, quando minha avó chegou, de morada. 
        Minha avó Maria, desta sei menos ainda. Apenas que se estabeleceu nesse mesmo interior, onde conheceu meu avô Joaquim – goiano de nascença e tropeiro por opção, até aquela data. 
        Tanto meus avós maternos como paternos trabalhavam como colonos – trabalhadores rurais nas lavouras de café de grandes proprietários. 
        Pouco se sabe das suas histórias de vida. A começar pela mudança natural, quando da saída do país de origem. Sem condições financeiras e diante dos precários meios de comunicação, tudo foi empecilho e favoreceu o rompimento na descendência familiar. Até os seus nomes foram substituídos, ao chegarem por aqui. 
         Quando ainda pequena, meus pais, também de espirito itinerantes, resolveram tentar a vida na capital paulista, o que resultou num outro isolamento familiar, pois, as nossas raízes permaneceram no interior.       
         Quando lá retornei, já tinha completos os meus dezoito anos. Minha avó Dolores havia falecido. Totalmente alheia a tudo e a todos, fui descobrindo tios, primos; enfim, parentes queridos, que nunca os tinha visto. Meu avô Antônio viveu até bem pertinho dos cem anos; mas, quando partiu, estávamos distantes.
         Assim sendo, convivi mais com a família da minha mãe, principalmente a minha avó Maria; mas, mesmo assim, nunca tive a curiosidade de saber acerca de sua vida, de sua vinda de Portugal para o Brasil, sofrimentos e vitórias. Ela era introspectiva. Não dava brecha de conversa com ninguém. Acho que minha missão nessa vida é tirar o atraso dela, nesse quesito. 
         Adoro ouvir e contar causos. Acredito que somos protagonistas da história que vamos desenhando no nosso fazer diário. Embora tenha sido sempre uma 'rascunhadora' de pensamentos, só a partir de certo tempo para cá resolvi registrá-los, e de forma intimista. Pretendo, através da minha modesta prosa, deixar as marcas dos meus tempos. Quem sabe, um dia, minhas descendências futuras tenham a curiosidade de saber um pouco da história familiar. 
         Gosto de ouvir meus filhos comentando fatos da infância, onde os amigos e as brincadeiras são comuns a um universo bem maior do que aquele que tive.
         Adoro quando lembram dos mimos feitos pelos avós e falam na saudade e da falta que fazem. Diferente de mim, que só tenho retalhos das lembranças.
         Por isso que, na medida do possível, tenho deixado meus rastros. Minha escrita é, de alguma forma, um ir e vir, fazer e desfazer – uma intermitência – nos relatos, nos detalhes, nas vidas e situações ali registradas. 
         Se esse tipo de escrita representa uma forma imatura de expressão, já sei que serei eternamente verde, pois não abrirei mão das minhas histórias.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

COISAS DA NOITE


                                                           


                 Neste livro, o autor José Lucas Brito Souza, natural de Quixeré, no Ceará, traz uma pequena coletânea das antigas lendas e 'causos' de assombração da sua cidade. Lendas que eram contadas de forma oral pelos pais e avós a seus filhos e netos.
         O leitor encontrará estórias tais como Lendas do Bairro Pontal; Assombrações no Rio das Cruzes; A estrada mal-assombrada; Batatão: a luz misteriosa ou bola de fogo, dentre muitas outras que mostram toda a riqueza da cultura popular quixereense.
          Contatos com o autor: 88 - 99248.8722.
           Instagram: @lucasbrito631

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

ANIVERSÁRIO DA ACJUS

 


        No próximo dia 05 de novembro, a ACJUS - Academia de Ciência Jurídicas e Sociais - estará aniversariando. Completará seis anos de fundação, tempo curto, porém, o suficiente para nossa consolidação e consagração no âmbito local e regional. 
     Para comemoramos, tão significativo acontecimento, apesar dos graves problemas advindos com a infecção mundial, preparamos uma breve, porém, especial programação comemorativa.
      Procedimentos restritos aos acadêmicos e familiares, além do acesso de poucos órgãos de imprensa e amigos. 
      Programação:
      Dia 3 – terça-feira – Presencial - Uso do colar pelos Acadêmicos. 
      Local:  Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros. 
       7 h – Hasteamento do Pavilhão Nacional. 
       Obs.: Uso obrigatório de máscara.
       7h15 -Celebração
       8h15– Ato em prol da Fauna e da Flora – em defesa do Pantanal, da Amazônia e dos povos indígenas com o plantio de mudas de árvores. 
        Visita guiada ao Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros. 
         Tudo dentro do protocolo de segurança: máscaras, higienização das mãos e calçados, testagem da temperatura e 1,5 metro de distanciamento. 
         Ato de recebimento por doação de livros de autores mossoroenses e regionais, trabalhos literários os quais serão incorporados ao acervo da biblioteca – Acadêmico Sátiro Cavalcanti Dantas. 
         18 h – Início da Sessão Solene Comemorativa em modo virtual.
         
Obs: uso da indumentária completa pelos acadêmicos.
           - Projeto Memória Acadêmica. 
         18h10 – Palavra de abertura dos trabalhos pelo presidente – acadêmico José Wellington Barreto – titular da cadeira 1 - cinco minutos. 
          18h15 - Orações acadêmicas:
           Três temas serão abordados:
           - A Cultura e a Construção do Futuro Acadêmico pelo Acadêmico Charles Lamartine de Souza Freitas - titular da cadeira 50 - vinte minutos.
           - Ruy Barbosa: o Águia de Haia – Acadêmico Francisco Marcos Araújo – titular da cadeira 29 – vinte minutos.
           - A Importância do Coletivo na Construção e consolidação das Entidades Acadêmicas. Oradora vice-presidente da ACJUS – Acadêmica - Taniamá Vieira da Silva Barreto – titular da cadeira 3 – vinte minutos.
           Mediadora: acadêmica Welma Maria Ferreira De Menezes – titular da cadeira 30. 
          19 h – Oração de agradecimento aos palestrantes e participantes que será proferida pelo Acadêmico Antônio Clóvis Vieira, titular da cadeira 19 - quinze minutos. 
          19h15 – Encerramento pelo Presidente – Acadêmico - José Wellington Barreto – titular da cadeira 1 - dez minutos.
           Dia 5 quinta-feira - Presencial Acadêmicos - Indumentária completa.
           
18 h -Sessão Solene do 6º Aniversário da ACJUS – área externa do Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros. 
            18h15 - Ato de assinatura de parceria com O Sistema Oeste de Comunicação - TCM HD - Internet fibra óptica. 
            18h30 - Ato em homenagem ao Sistema Oeste de Comunicação TCM CANAL 10 HD, Rádios: FM 95 Mossoró 
             FM 98.3 Apodi
             FM  90,9 Assú e
             Internet Fibra Óptica. 
            18h45 - Ato solene para outorga - entrega - da Medalha Ruy Barbosa aos acadêmicos Petronilo Hemetério Filho –  titular da cadeira 17 e ao acadêmico Josafá Inácio da Costa - titular da cadeira 47.
             Representando os demais segmentos sociais e colaborativos, será agraciada com a medalha Ruy Barbosa a empresária e benfeitora social Cláudia Pedrosa Pinto Leite. 
             19h - A confreira Zilene Conceição Cabral Freire de Medeiros – 2ª – ocupante da cadeira 4 – proferirá oração de saudação especial aos homenageados, num tempo de quinze minutos. 
              Aos homenageados será concedido o tempo de até cinco minutos para os agradecimentos de praxe, caso algum queira se pronunciar. 
              20 h – Encerramento


José Wellington Barreto

Presidente da ACJUS 
Vanda Maria Jacinto – cadeira 38 - Mestra de Cerimônia

            

SINGELA REFLEXÃO.

 


Por Chico Filho.

     Dois de novembro é voltado para homenagens aos que foram, para o mundo dos espíritos.
     Hoje também é um dia que afloram as lembranças e saudades e, consequentemente, a tristeza nos corações. E isso é 
natural, pois somos humanos, frágeis em matéria, porém, não nos deixemos vencer pelo sentimento de morte, a vida é soberana.
       Agradeçamos ao Supremo Criador, DEUS, pelas oportunidades concedidas a 
nós, de termos convivido com pessoas tão importantes.
       É dia de lembrarmos dos calorosos abraços, dos sorrisos, das gargalhadas, das madrugadas de conversas, das reuniões em família, das brincadeiras nas 
rodas de amigos, dos conselhos recebidos, das lições de vida recebidas através de quem não está mais aqui em matéria, mas que continua existindo em espírito.
         A palavra de hoje, deve ser GRATIDÃO.



quinta-feira, 22 de outubro de 2020

ANIVERSÁRIO DA ACJUS

 

                                   Palácio Cultural Milton Marques de Medeiros, sede da ACJUS

Por Wellington Barreto*

       No próximo dia 5 de novembro, quinta-feira, a ACJUS - Academia de Ciências Jurídicaas e Sociais - estará aniversariando, completará seis anos de fundação, tempo curto, porém, o suficiente para nossa consolidação e consagração no âmbito local e regional. 
       Para comemoramos, tão significativo acontecimento, apesar dos graves problemas advindos com a infecção mundial, preparamos uma breve, porém, especial programação comemorativa.
       Procedimentos restritos aos acadêmicos e familiares, além do acesso de poucos órgãos de imprensa e amigos. 
       Programação:
Dia 3 – Terça-feira – Presencial - Uso do colar pelos Acadêmicos.
Local:  Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros
Hora: 7 h –
Hasteamento do Pavilhão Nacional

Obs.: Uso obrigatório de máscara.

7h15 -Celebração  
8h15– Ato em prol da Fauna e da Flora – em defesa do Pantanal, da Amazônia e dos povos indígenas com o plantio de mudas de árvores.
       Visita guiada ao Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros.
       Tudo dentro do protocolo de segurança: Máscaras, higienização das mãos e dos pés, testagem da temperatura e 1,5 metro de distanciamento.
       Ato de recebimento por doação de livros de autores mossoroenses e regionais, trabalhos literários os quais serão incorporados ao acervo da biblioteca – Acadêmico Sátiro Cavalcanti Dantas.
Hora: 18 h – Início da Sessão Solene Comemorativa em modo virtual

Obs.: Uso   da indumentária completa pelos Acadêmicos

- Projeto Memória Acadêmica.

18h10 – Palavra de abertura dos trabalhos pelo presidente – acadêmico José Wellington Barreto – titular da cadeira 1.

18h15 -   Orações acadêmicas:
               Três temas serão abordados:

- A Cultura e a Construção do Futuro – Acadêmico – Acadêmico Charles Lamartine de Souza Freitas– titular da cadeira 50.

- Ruy Barbosa:  O Águia de Haia – Acadêmico Francisco Marcos Araújo – titular da cadeira 29.

- A Importância do Coletivo na Construção e consolidação das Entidades Acadêmicas. Oradora vice-presidente da ACJUS
- Acadêmica - Taniamá Vieira da Silva Barreto – titular da cadeira 3. 

Mediadora: Acadêmica- Welma Maria Ferreira De Menezes – titular da cadeira 30.

Hora: 19 h – Oração de agradecimento aos palestrantes e participantes que será proferida pelo Acadêmico - Antônio Clóvis Vieira – titular da cadeira 19.

Hora: 19h15 – Encerramento pelo Presidente – Acadêmico - José Wellington Barreto – titular da cadeira 1.

Dia 5 de novembro - Presencial

Acadêmicos - Indumentária completa
Hora: 18 h -Sessão Solene do sexto aniversário da ACJUS – área externa do Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros.

Hora: 18h15 - Ato de assinatura de parceria com o Sistema Oeste de Comunicação - TCM HD – internet fibra optica.

Hora: 18h30 - Ato em homenagem ao Sistema Oeste de Comunicação TCM CANAL 10 HD, Rádios: FM 95 - Mossoró - FM 98.3 - Apodi - FM  90,9 - Assú - e internet fibra optica.

Hora: 18h45 - Ato solene para outorga - entrega - da Medalha Ruy Barbosa aos acadêmicos Petronilo Hemetério Filho - titular da cadeira 17 - e ao acadêmico Josafá Inácio da Costa - titular da cadeira 47.
      Representando os demais segmentos sociais e colaborativos – será agraciada com a medalha Ruy Barbosa a empresária e benfeitora social Cláudia Pedrosa Pinto Leite. 
Hora: 
19 h - A confreira Zilene Conceição Cabral Freire de Medeiros – 2ª – ocupante da cadeira 4 – proferirá oração de saudação especial aos homenageados.  
       Aos homenageados será concedido o tempo de até cinco minutos para os agradecimentos de praxe, caso alguém queira se pronunciar.  

20h – Encerramento


*Presidente da ACJUS.
Vanda Maria Jacinto – cadeira 38 - Mestra de Cerimônia


       Wellington Barreto na Reitoria da UERN, com David Leite tratando de parceria com a ACJUS


domingo, 18 de outubro de 2020

SEIS ANOS DE ACJUS

                                                              Nova sede da ACJUS


 Por Wellington Barreto*

         Nós podemos e queremos mais.
         Isso é fato. 

      No próximo dia 5 de novembro de 2020, a  casa de Ruy Barbosa, Élder Heronildes e Milton Marques de Medeiros, estará completando seis anos de fundação. Tempo curto, é bem verdade, mas o suficiente para que alcançássemos importantes objetivos e inesquecíveis vitórias.  
       Nesse caminho de lutas e conquistas, perdemos dois grandes guerreiros da Luz – a confreira Maria Helderi de Queiroz Diógenes Negreiros e o confrade Milton Marques de Medeiros.  Para ambos, a nossa eterna lembrança e o inesgotável sentimento de gratidão. 
      Mas agora, celebremos a vitória.
      Porque a luta continua e almejamos mais.  Celebrarmos a vitória após grandes e sofridas batalhas, obstante, o sofrimento, significa dizermos que ela fora possível graças a conjunção de esforços do Colegiado, mesmo daqueles que não puderam ou não quiseram lutar. Mas, é absolutamente certo, que ninguém jamais vence sozinho.  
     Aprendemos que para se conquistar uma batalha que se apresenta dificílima, precisamos de bravos e unidos guerreiros. Quem pensa que passa para história, ou vence a batalha sempre dizendo “Eu”, engana-se. Pode até ser citado nos anais históricos, no entanto, será pouco lembrado.
     A ACJUS - Academias de Ciências Jurídicas e Sociais - é um coletivo de pessoas que têm quase as mesmas ideias e os mesmos ideais, portanto, não trabalha com o “Eu” e nem enfrenta a luta com essa dinâmica. Vencemos os primeiros embates, porque sempre dizíamos: “Nós”.
     Você também é responsável pelas vitórias alcançadas.
      Junte-se a nós.
      Engajem-nos em nossa programação de aniversário e comemore a sua vitória, melhor dizendo, a nossa vitória. 
      Feliz aniversário, ACJUS.

*Presidente da ACJUS.




segunda-feira, 5 de outubro de 2020

SOBRE ENVELHECER


         

Por Ana Medeiros*


     Assistindo o vídeo de uma senhora, que falava das dificuldades de envelhecer no nosso país, cheguei a uma conclusão. Sou uma cidadã brasileira  no auge dos meus cinquenta e sete anos e vejo com preocupação a proximidade  da terceira etapa da minha vida, a chamada terceira idade. 
     Voltando no tempo, lembrei de uma jovem oriental que conheci no bairro da Liberdade, em São Paulo, há alguns anos. Yoko era seu nome, a mesma me falava com satisfação de seus pais, avós e bisavós e de como é envelhecer na terra do sol nascente. 
     Tiro aqui minhas conclusões. 
     Começando pela data comemorativa. No Brasil, comemora-se o Dia dos Avós retratando a importância da presença deles na vida dos netos em termo de amor, proteção e ajuda aos pais na educação dos pequenos. 
      No Japão, é festejado de forma solene o dia do respeito ao idoso, comemorado na terceira segunda- feira do mês de setembro. Trata-se de um feriado  dedicado aos idosos, quando os japoneses oram  pela longevidade, glorificam e reverenciam os mais velhos.
     No nosso país, infelizmente, a partir de certa idade é considerado falta de educação perguntar a idade a uma mulher, podendo causa-lhe constrangimento, como se viver muito fosse sinônimo de vergonha.
     Na tradição oriental é o oposto. A resposta de uma senhora com mais de sessenta anos a quem lhe pergunta a idade é respondida com prazer, porque na terra do sol nascente, a velhice é sinônimo de sabedoria e respeito.
     Envelhecer é natural a toda espécie. Idosos naquele país são tratados com reverência e atenção pelas experiências acumuladas ao longo da vida.   
     Tal e qual o professor, o idoso no Japão é considerado uma pessoa sábia, um mestre.
     
     Precisamos seguir esse exemplo e mudar essa realidade de desprezo, intolerância e a maneira de tratar nossos idosos com se fossem coisas sem 
serventia.
     Não posso, no entanto, ocultar-me de falar que nos dias atuais, devido a situação econômica no país e em todo o mundo, algumas coisas mudaram por lá. Sabe-se que o número de idosos no Japão é o maior em todo mundo e, como sempre, os menos favorecidos  precisam trabalhar mais e muitas vezes. 
     Não podendo assim permanecer em casa, cuidando dos parentes mais velhos. Mesmo assim, o governo disponibiliza hospitais para essa classe menos privilegiada que fica aos cuidados de cuidadores e sem a presença constante da família ao qual eram habituados. Ocasionando entre esses idosos a morte solitária, porém, deve-se ressaltar que nunca é por falta de cuidados descaso ou desamor.
     Essa situação involuntária muitas vezes faz com que o idoso desista da vida. Não deixa de ser triste  para os parentes que têm uma tradição milenar que é a dedicação a essas pessoas até o fim de suas vidas.
     Quem tem uma boa situação financeira não paga a terceiros para cuidar dos seus, apenas como se fosse por alívio de um fardo. Esse é o grande diferencial.
     Vamos, contudo, alimentar a esperança e reeducar nossos jovens e crianças, para mudar essa realidade.
     Quero também ressaltar que amo meu país e que faço referência ao país citado - Japão - por concordar com suas tradições e culturas no que diz respeito ao tratamento aos idosos.
     Devemos lembrar também que o idoso representa experiência acumulada, sabedoria conquistada, doação espontânea de uma vida em prol da família e da sociedade e que jamais existirá futuro nem presente sem passado. 
    Gratidão aos nossos idosos e antepassados.


*Ana Medeiros é dona de casa, avó, boleira e escreve nas horas vagas.     

TELECONFERÊNCIA HOMENAGEIA VINGT-UN

 


        A Academia Norte-Riograndense de Letras realizará, nesta segunda, dia 5 de outubro de 2020, às 17 horas, mesa-redonda telepresencial alusiva ao centenário de nascimento do Acadêmico Vingt-un Rosado, que ocupou a Cadeira 38 desta Casa, com exposições dos Acadêmicos Diógenes da Cunha Lima, Benedito Vasconcelos e do médico e professor Dix-sept Rosado Sobrinho, membro da Academia Mossoroense de Letras.
       O evento será realizado com o uso da plataforma Zoom e será transmitido em tempo real pelo YouTube, Canal Direito e Cultura, link https://www.youtube.com/channel/UCCFIp5iuk9zVTF6cb1C52kw?view_as=subscriber.
       Se for do vosso interesse participar de forma ativa da sala virtual, no Zoom, sem maiores dificuldades, bastando clicar no link adiante e inserir o ID da reunião e a senha de acesso:

Tópico: Academia Norte-Riograndense de Letras Hora: 17 horas.

Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/85802573946?pwd=Um5yK2JqVnRvNXNITFhsQXBsWVV4dz09

ID da reunião: 858 0257 3946

Senha de acesso: 436080

Localizar seu número local: https://us02web.zoom.us/u/kc1LgUdSOY

Atenciosamente,

Leide Câmara - Secretária-Geral da ANRL

sábado, 3 de outubro de 2020

MOSSORÓ A HISTÓRIA DO NOSSO PASSADO

 


Orelhas, capa e contra-capa do novo livro de Lindomarcos Faustino


Por Lúcia Rocha*


         O pesquisador, historiador e escritor Lindomarcos Faustino está lançando o seu 24º livro - Mossoró a História do Nosso Passado - 1900 a 1910, onde faz um resgate histórico, cultural, político, religioso e artístico de tudo o que aconteceu nesta década, uma obra inédita na cidade de Mossoró.
    Tendo como fonte de pesquisa antigos jornais da cidade, pertencentes ao acervo do Museu Histórico Lauro da Escóssia, Lindomarcos Faustino incluiu fatos, episódios e assuntos interessantes nesta obra, como por exemplo, o lazer da cidade na primeira década do Século XX, como cinema, circos que passaram pela cidade, quais os bairros, praças, jornais, igrejas, cinemas e escolas existiam.
     O livro registra figuras públicas, políticas, empresariais ou personagens que faziam parte da geografia humana da cidade, incluindo os padres e vigários, os que vieram a óbito naquela década, as datas memoráveis que se comemoravam, tudo isso, ilustrado por fotografias que fazem parte também, do acervo fotográfico do mesmo museu, Lindomarcos conseguiu reunir num livro com menos de cem páginas, de rápida leitura e fácil entendimento para qualquer criança acima dos dez anos de idade. 
      Vale a pena adquirir, ler e até presentear parentes e amigos como uma excelente dica de leitura em tempos de pandemia do Covid 19.       
     O livro pode ser adquirido no valor de R$ 70 reais. Contatos com Lindomarcos pelo Whatsapp:
     84 - 98811.9244


*Jornalista, pesquisadora e escritora
www.luciarocha.com.br
Instagram: @luciarochareal
Youtube: Lúcia Rocha Real
Facebook: luciarochareal
E-mail: luciaro@uol.com.br

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

ANIVERSÁRIO DA AMOL

 

 


 


CONVITE

 

A Academia Mossoroense de Letras – AMOL tem a honra de convidar Vossa Senhoria e Excelentíssima Família para participarem da Assembleia Remota em Ambiente Virtual, através do aplicativo google meet, da Sessão Solene dos 32 Anos de sua fundação, oportunidade em que estará homenageando a imortal D'Alva Stella Nogueira Freire (1ª ocupante da Cadeira 15), o Imortal Paulo de Medeiros Gastão (1º ocupante da Cadeira 16), os centenários dos imortais: Antônio Pinto de Medeiros, Raimundo Soares de Brito, Raimundo Soares de Souza e Jerônimo Vingt-un Rosado Maia. Na ocasião será lançada a 3ª edição da revista “AMOL EM FOCO” alusiva ao aniversário de 32 anos da Academia.

Data: 26 de setembro de 2020

Hora: 19 horas

Local: Virtual

Elder Heronildes da Silva

Presidente da AMOL