quinta-feira, 30 de julho de 2020

MARTINS DE VASCONCELOS


                                                      José Martins de Vasconcelos


Por Lúcia Rocha 
luciaro@uol.com.br

   José Martins de Vasconcelos foi um poeta, escritor e jornalista que nasceu em Apodi, em 11 de novembro de 1874 e, ainda garoto, veio para Mossoró. Aqui iniciou os estudos primários e passou a trabalhar, primeiro como vendedor de jornais, foi aprendiz de alfaiate, músico e tempos depois ingressou no jornalismo, marcando seu nome para sempre na indústria gráfica, literária, política e jornalística. 
     Martins de Vasconcelos foi professor e diretor do Grupo Escolar 30 de Setembro e tornou-se um grande orador.
     Em 1915, instalou uma tipografia num velho prédio pequeno, na Rua 30 de Setembro, no centro da cidade, com 41 anos de idade. No ano seguinte, em 1916, fundou o jornal O Nordeste, que existiu até 1934, durou dezoito anos.
     Martins de Vasconcelos escrevia poesias, contos e artigos para jornais, sendo que seu conto 
Histórias do Sertão fez sucesso.
     Martins de Vasconcelos foi músico, tocava piston, chegou a mestre de banda de música e musicou peças teatrais em parceria com o professor Eliseu Viana.  
     Foi sócio-fundador de todas as sociedades culturais e literárias de Mossoró e Natal, ocupando sempre posição de destaque, tais como, sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e membro da Academia Potiguar de Letras, com sede em Natal.
      Em seu jornal O Nordeste, Martins de Vasconcelos foi uma pena combativa, vigorosa, dizendo tudo o que sentia, sem temer a ninguém. Era ligado ao, então jornalista natalense, João Café Filho, que sucedeu Getúlio Vargas na Presidência da República, em 1954.
      Em Mossoró Martins de Vasconcelos também ocupou cargos importantes, como:
     Promotor Público;
     Secretário da Prefeitura de Mossoró;
     Agente Fiscal de Impostos de Consumo;     
     Adjunto de Procurador da República;

     Martins de Vasconcelos foi casado com Libânia de Vasconcelos, de quem ficou viúvo e casou-se em segundas núpcias com Silvia Freire de Vasconcelos e foi pai de Maria Silvia, Rúbem, Djalma, Selma, Luzia e Francisco, o Fransquinho Vasconcelos, seu sucessor na Tipografia e Livraria O Nordeste. Maria Silvia herdou a poesia e o jornalismo do pai.          
      Martins de Vasconcelos faleceu em 22 de dezembro de 1947 e a cidade inteira estava no seu sepultamento. Anos depois, a família reuniu sua produção literária e lançou o livro
Obras Completas.
     Martins de Vasconcelos é patrono de escola em Mossoró. O menino que chegou de Apodi, a pé, analfabeto, hoje tem netos e bisnetos graduados em Medicina e Direito, espalhados pelo país. Em Mossoró, um neto que herdou seu nome, José Martins de Vasconcelos Neto, doutor Vasconcelos, tem clínica de olhos em homenagem ao avô.

 

 

Fonte: Jornalista Martins de Vasconcelos - Um Homem de Muitas Letras.

Autoria de Raimundo Nonato e Walter Wanderley.  Editora Pongetti, 1974.

 




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