Por Lúcia Rocha
Instagram: @luciarochaoficiall
O servidor
público, Francisco Canindé da Silva, não é um Silva qualquer.
Há dois anos,
resolveu fazer a diferença na terra natal, Mossoró, aquela que é considerada cidade cultural, pela vastidão de opções artísticas e literárias.
Então, nada mais conveniente do Canindé Silva buscar algo relacionado a esse universo para levar sua mensagem através do
livro Antes que a Memória Delete, lançado em 2019.
Sim, a maneira que Canindé
encontrou para fazer a diferença foi através da arte de escrever livros
com personagens que influenciaram ou ainda influenciam sua formação ou de
gerações anteriores a dele.
Algumas figuras, a maioria anônima do grande
público, ajudaram a construir a Mossoró que descortina no horizonte, a cidade que
outrora era conhecida como libertária e pioneira, em questões históricas em
nível nacional.
Agora, Canindé Silva surpreende seus
leitores com o lançamento de O Apanhador
de Histórias e Saudades, pelo selo Sarau das Letras. A obra tem mais de trezentas
páginas, orelhas da escritora Taniamá Barreto e prefácio do pesquisador,
historiador e escritor, Geraldo Maia. O projeto gráfico é do talentoso Augusto
Paiva, foto bem produzida na capa, de autoria de Francismar Guarim de Oliveira
e revisão da poetisa, Anchella Monte.
Graduado em Administração de
Empresas, pela UERN, Francisco Canindé da Silva é alguém de origem simples, oriundo do
maior bairro da cidade, Santo Antônio. É natural que como ainda morador do
bairro mais populoso da cidade, conheça pessoas que fizeram por onde
merecer, mas que infelizmente, não receberam destaque, homenagens ou
reconhecimentos ou um simples nome de rua - com raras exceções - seja por parte do poder público, imprensa
ou até mesmo pelos conterrâneos.
Então, neste livro, Canindé decidiu corrigir o
que, não somente para ele, é uma injustiça e foi buscar no fundo da sua
memória, quem foram, quem são essas pessoas, para torná-las eternas em uma obra
literária ou até mesmo para que essa e as futuras gerações saibam que existiram,
que fizeram ou ainda fazem parte da cidade, senão ficarão esquecidas com o passar do tempo.
Canindé é consciente que as
pessoas quando perdem os entes queridos e, no caso dele, não somente tem
saudades, mas teme que as mesmas fiquem no esquecimento, então, achou
importante relembrar e memorizá-las.
Fez um apanhado de quem são, pesquisou,
entrevistou, montou trinta e cinco mini biografias, a maioria delas, já
falecidas.
Canindé também traz
questionamentos de algumas problemáticas, como a questão dos usuários de drogas no entorno do
Alto do Louvor, bem como sobre o abandono de prédios públicos, que poderiam ser melhor utilizados pelo poder público, como por exemplo, o ACEU – Associação Cultural e
Esportiva Universitária.
Canindé traz uma categoria
profissional já extinta, as lavadoras de roupas e chegou a entrevistar uma
delas com quase noventa anos de idade, para o livro. Com certeza, a juventude
não sabe que houve um tempo em que não havia água encanada na cidade e isso gerava
receita para a mão de obra desempregada que atravessava a cidade com trouxas de roupas na
cabeça para lavar à beira do rio Mossoró, mais precisamente na barragem do
Centro ou nas Barrocas.
As enchentes também são
assuntos resgatados no O Apanhador de
Histórias e Saudades.
Mas, atenção: “Não se encontra neste livro relato de
pessoas famosas, de grande influência social, mas de pessoas simples, que
ganham importância através das narrações cheias de admiração e amizade de
Canindé”, assim, Geraldo Maia tão bem resume a obra no prefácio.
O Apanhador de Histórias e
Saudades será lançado neste domingo, dia 3, a partir das 9 horas, na Escola
de Arte, à Avenida Alberto Maranhão, pelo valor de R$ 75,00.
O mesmo pode ser
comercializado pelo Pix ou pelo cartão de crédito de duas vezes.
O livro recebeu apoio cultural da Três Corações, que produz o Café Santa Clara.
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