Por Francisco Obery Rodrigues
Em nossa vida os
momentos felizes são aqueles em que tudo está bem: saúde, economia, harmonia familiar.
Nada a lamentar ou a reclamar.
Há outros, entretanto, quando não estamos
plenamente felizes, há qualquer coisa a toldar a nossa ventura/aventura de viver.
No meu livro “Crônicas Anacrônicas”, na crônica “Tarde Gris”, falo sobre isso.
Agora, neste dia, neste
momento, há dentro de mim uma
inexplicável melancolia.
MONOTONIA
Há um vazio
dentro de mim
difícil de exprimir.
Vou tentar fazê-lo.
Trata-se da
melancolia pesada,
Que ocorre
neste fim de tarde,
da tarde de uma sexta-feira vazia, monocórdica até.
Um desalento, quase uma amargura. Indefiníveis.
Qual a razão
desta sensaboria
da monotonia deste quase anoitecer?
Na verdade, não
sei bem o que acontece comigo
nesta tarde
gris.
Não encontro
motivos
que
justifiquem este acabrunhamento.
Há sim, um vazio
dentro de mim,
um desalento, assim como um desconforto.
Procuro o
que fazer
Conversar
com alguém,
Que saiba
ouvir e falar.
Não há aqui,
agora, esse alguém
Capaz de me tirar deste torpor.
Ler, ouvir
música, escrever?
Escrever o
quê?
Nada me
atrai,
Nada me tira
desta insipidez.
Decidi: vou
tentar escrever uma poesia
Na poesia mora
o encantamento,
mora o belo.
Todavia, o
tédio continua
Mas, e o um tema
para uma poesia,
de uma bela
poesia não me ocorre.
Escrever uma poesia sobre o quê?
Ah! Uma
poesia sobre a Paz
A Paz de Espírito,
sobretudo.
A Paz de Espírito... Talvez resolvesse.
Tentando afastar
este desconsolo,
Quebrar esta
monotonia.
Pensei:
Vou buscar o
Silêncio
Abrigo para
o coração
Nele, Deus se manifesta.
Mas, como encontrar o Silêncio?
Uma voz me diz:
A poesia embala a alma
Conforta o coração
Traz Silêncio, é paz.
.
O SILÊNCIO
é tão sagrado, imprescindível como a Felicidade e a Paz, conforta o espírito.
É propício à
oração.
A oração eleva
a Deus.
Quando Deus a
acolhe
É o fim da MONOTONIA,
O espírito
em PAZ.
Natal,
10.04.2020/ver. em 10.05.2020 - F.O.Rodrigues.
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