Por Lúcia Rocha*
Em
1999, quando me lancei como escritora, na condição de ghost writer - escritor
fantasma - jamais imaginei que ia gostar tanto, ao ponto de um dia viver disso
e ganhar a tão sonhada liberdade financeira e geográfica.
Investi em
conhecimentos na área e especializei-me em escrever biografias, gênero literário
que curto desde o início da adolescência. Em 2005, lancei o primeiro livro
autoral, Catadora de Sonhos – A História Secreta de Maria Eulina. Trata-se da
biografia de uma ex-moradora de rua na capital paulista, dona de
história linda, com direito a Fada Madrinha, Príncipe Encantado, no caso, um
empresário alemão - de quem ficou viúva - e um Castelo, onde fundou uma ONG em
plena Avenida São João que devolve cidadania a pessoas que vivem em situação de
rua. Eulina foi do lixo ao luxo em quase dois anos e este livro biográfico
mereceu reportagem no Le Monde, jornal na França.
Mais de vinte biografias depois, aprendi que com a experiência ou a história do outro, a gente pode
crescer mais rápido pois aprendemos algo novo todo dia.
Duvido que exista gente
mais curiosa do que eu quanto a gostar de conhecer ou ler sobre o processo que
qualquer pessoa passou para chegar em alguma posição ou atividade profissional. São pessoas preparadas para nos ensinar ou ajudar a pegar na mão desta estrada
chamada vida. Biografias são histórias que unem pessoas com o mesmo propósito de vida. O nosso papel como escritores é mostrar o DNA dessas pessoas, que contam
suas trajetórias para compartilhar histórias relevantes. Cada um tem a sua, isso
não quer dizer que um tem uma vida melhor do que a outra, não. Somos únicos e
exclusivos. E a história mais linda que existe é a sua, que já superou tudo o
que pôde na vida, independente de seus resultados, mas foram desafios superados,
movidos pelo motivo que estava fazendo, com o coração cheio de gratidão, porque
hoje só somos o que somos pelo que cada um passou até aqui pela Graça de Deus.
E não se iluda: grandes líderes, os aqueles que tiveram sucesso financeiro ou
no mundo das celebridades também passaram pela mesma história.
Cada um tem a
sua e a história mais importante é aquela que você conta para você mesmo, com a permissão d’Ele. O que você vai fazer com a sua história? Compartilhar para que
outros não passem pelos mesmos obstáculos que você passou? Ou você vai ficar
sofrendo porque algo lá no seu passado não deu certo? Seria ótimo se cada um
compartilhasse suas experiências, contasse como foi chegar aqui, detalhar os
desafios que encontrou no meio do caminho. De alguma forma você estará ajudando
alguém a encontrar o seu caminho porque somos únicos e exclusivos, porém, com propósitos.
Como diz Valeska Bruzzi: “Não existe pessoa ou vida desinteressante, o que
existe são histórias mal contadas”.
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