|
Capa, contracapa e abas de Trilhando nos Caminhos do Passado, de Lindomarcos Faustino |
O escritor e historiador Lindomarcos Faustino está lançando o seu 22º livro: Trilhando nos Caminhos do Passado de Mossoró, cujo prefácio é do professor e advogado
Francisco Marcos de Araújo.
AVE, LINDOMARCOS!
O ÚLTIMO MEMORIALISTA MOSSOROENSE
Em sentido geral, a sociedade é uma construção antropológica, baseada nos comportamentos dos seus membros ao longo da história. Esse coletivo humano se perpetua pelos modelos e exemplos deixados pelos predecessores, moldando o estilo comportamental dos viventes no presente e orientando a ação dos que ocuparão o futuro.
Para esse ciclo vital, uma categoria cultural tem uma relevância fundamental: são os memorialistas historiadores. São eles que guardam essa memória-viva transmissora dos nossos modelos sociais. É pelo memorialista, por seu trabalho em trazer recortes históricos, que se preserva a manutenção do quadro sociopolítico da coletividade: sua morfologia - composição, distribuição e relações dos subgrupos da sociedade enquanto ‘grupo’ - o corpo de normas jurais - noções de autoridade e cidadania, regulação do conflito, sistemas destatus e papéis - e as configurações características das relações sociais - relações de poder, formas de cooperação, modos de intercâmbio.
É do memorialista a tarefa de apresentar ao presente por ele vivido a antropologia da sociedade e do ambiente local nos aspectos etnográficos eculturalistas. Quem assim afirma são sociólogos como Radcliffe-Brown e Lévi-Strauss - estruturalistas.
Toda cidade que preserva a história de sua gente e que cultua o passado deve ter bons memorialistas. Não me refiro a historiadores, e sim a memorialistas. Não se confunde a pessoa do historiador com o memorialista: o historiador somente registra os acontecimentos de relevância social e cultural de abrangência coletiva; já o memorialista, por sua vez, tem a liberdade de anotar e registrar tudo, até os episódios prosaicos de pessoas desconhecidas da sociedade. Mossoró, que se jacta de ser capital cultural do Estado, tinha – e tem - grandes historiadores: Vingt-un Rosado, Raimundo Soares de Brito, Geraldo Maia, Honório de Medeiros, David Leite, entre outros; mas carecia de memorialistas. Nos últimos anos, doutor Milton Marques se revelou nesta atividade ao apresentar o programa Mossoró de Todos os Tempos.
Suprindo esta lacuna, o jovem escritor LINDOMARCOS FAUSTINO, com apenas 29 anos de idade, tem feito muito pela preservação da nossa antropologia. São vinte e um livros editados, registrando o passado, evocando seus personagens, auxiliando a edificar um modelo social para o presente.
Um acervo rico da ambiência citadina. Sua preservação memorialista em todos os meios - intelectual, político, profissional, popular etc – reconstitui uma Mossoró do passado que faz falta ao presente. Transmite essa mensagem escrita resgatando fatos e pessoas, dando ênfase ao que é de mais valor numa pólis: a condição humana. Pois bem, nosso escritor LINDOMARCOS FAUSTINO é um memorialista humanista, tendo como filosofia moral colocar a pessoa como centro do acontecimento. Não se preocupa com os herdados históricos ou com a biografia oficial do noticiado; relata o fato sem retoques, ainda que denote a fragilidade do enfocado, o que é esplendido do ponto de vista do realismo literário.
É sabido e ressabido por todos que o Brasil é um país sem memória. O sociólogo francês Lévi Strauss já denunciava na década de 30 que sob a pressão de fábulas progressistas, as cidades industriais da américa tropical se alimentavam vorazmente do novo, sem nenhum compromisso com o seu passado histórico.
Por aqui a denúncia de Lévi Strauss é bem atual, e se materializa na falta de proteção dos poderes públicos com os prédios e construções antigas. Casarões e assobradados de arquiteturas neoclássicas e modernas -final do século XIX e primeiras décadas do século XX - são demolidos para o soerguimento de prédios de esquadro impessoal, sem nenhuma beleza. Poderia desfiar inúmeros exemplos da destruição da nossa história, dos nossos costumes e das paisagens arquitetônicas do passado.
Somos de uma geração que inconscientemente propõe uma ruptura com o passado. Conservar a memória, gostar do antigo, é démodé. Na sociedade tecnotronica que vivemos, quem tem pendor para a história e quer cultuar a memória, sofre com o descaso e o menosprezo cultural.
Por isso, deve ser louvado o exemplo do nosso escritor LINDOMARCOS FAUSTINO. É ele um peregrino da cultura. Edita seus livros e sai à cata de compradores, como DIÓGENES, o sábio grego, ensinava filosofia aos feirantes na ancien Grécia.
Agora, com mais este livro de LINDOMAR FAUSTINO, a dinâmica social do presente tem mais uma oportunidade para preservar o patronímico coletivo do ser Mossoroense. Não podemos prescindir jamais do exemplo e do legado moral dos nossos valorosos antepassados. Roma não foi feita em um dia, e nem Mossoró foi construída apenas em uma noite. Muito sangue e suor foi derramado por essa terra. Aos nossos antepassados, somos devedores. LINDOMARCOS auxilia a enraizar a história da nossa gente, impedindo a destruição da identidade do povo mossoroense. A sua obra elimina o risco de transformar a experiência humana em mera abstração, e de relegar ao esquecimento o vivido das coletividades.
Ave, Lindomarcos!
Tenha uma boa leitura.
Vendas para todo o país com entrega pelos Correios.
Contatos com o autor Lindomarcos Faustino: 84 98811.9244
E-mail: lindomarcosfaustino@hotmail.com
Facebook: Lindomarcos Faustino